por Jose Luis Martino*
Nós somos responsáveis não apenas pela nossa saúde, mas pela saúde de toda a nossa comunidade. Posso dar um exemplo: O problema do mosquito que transmite Dengue, Chikungunya e Zika. Quando cuidamos para que na nossa casa e no seu entorno não exista água parada, quando fazemos a limpeza e inspeção das áreas que são de nossa responsabilidade, estamos fazendo isso não apenas para que a nossa residência não tenha mosquito, mas também em benefício de todos que vivem próximos.
Cada indivíduo produz impacto no seu entorno, na vida e no ambiente que o cerca. Fazendo a coisa certa, estamos contribuindo para melhorar o mundo à nossa volta. Mas se somos displicentes, interferimos de forma negativa na vida dos outros. Imagina se você, por não ter feito a limpeza corretamente na sua casa, acaba sendo responsável pela doença de uma criança ou um idoso? Isso seria terrível! É por isso que temos que levar muito a sério nossas responsabilidades para com o coletivo, com as outras pessoas e com o mundo que nos cerca.
Não é só no caso do mosquito que nossas ações podem ter um impacto positivo no grupo: quando cuidamos do nosso lixo, quando tomamos vacinas e vacinamos nossos filhos, quando cuidamos dos nossos animais de estimação corretamente, quando nos importamos com o estado do nosso carro, quando não fazemos barulho (poluição sonora causa danos à saúde), quando temos respeito e ajudamos os mais velhos e pessoas que tem dificuldades… Em todas essas e em muitas outras situações, estamos contribuindo para a saúde e melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo.
É importante ouvir os profissionais e as recomendações dos órgãos competentes. Essas pessoas dedicaram suas vidas a estudar, compreender e solucionar problemas que tem impacto na nossa saúde. Mas também é importante agir com bom senso. A função do Ministério da Saúde não é te lembrar da importância de ajudar o próximo, mas o nosso senso de coletivo nos diz que é o correto a se fazer.
Isso é cidadania. O governo tem os seus deveres na manutenção do bem-estar da população, mas nós nunca alcançaremos esse bem-estar se não fizermos a nossa parte. Devemos exercer as nossas responsabilidades para com o nosso grupo, ter respeito e ter senso de comunidade. Através da prática da cidadania nós temos o poder de transformar os espaços nos quais vivemos, seja nossa casa, nosso bairro, o ônibus ou o trabalho.
*Jose Luis Martino é o médico responsável pela OncoVitae. Também é oncologista no INCA e Ordem Terceira.
Esse artigo foi publicado no jornal O Povo do Estado do Rio de Janeiro em 9 de março de 2016.